A paulista Marina Dias fez história nesta quinta-feira (10) ao faturar uma inédita medalha de ouro para o país no Mundial de Paraescalada, em Berna (Suíça). Em sua primeira participação em mundiais, a brasileira venceu a disputa na categoria RP3 (atletas com limitações leves no alcance e na força), deixando para trás a britânica Christhiane Luttkhueizen e a holandesa Martha Evans, prata e bronze respectivamente. Somente nesta temporada, Marina Dias já subira ao pódiooutras três vezesem etapas da Copa do Mundo.Faturou ouro em Salt Lake City (EUA) e Innsbruck (Áustria), e foi bronzeem Villars (Suíça).
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Marina Dias foi diagnosticada com esclerose múltipla, uma doença degenerativa autoimune. Ela costumava correr, mas em 2009teve o lado esquerdo do corpo afetado pela doença. Na busca por outras atividades físicas, Marina acabou se apaixonando por escalada.
Após um jejum de três anos, o Brasil voltou a enviar representantes ao Mundial de Paraescalada. Além de Marina Dias, a delegação nacional conta ainda como os estreantes Luciano Frazão, na categoria AL 2 (atletas com um dos membros inferiores amputados ou com severo comprometimento motor), e Leonardo Vilha, na AU3 (comprometimento em pelo menos uma das mãos, ou com vários dedos ausentes ou com função motora reduzida).
Embora a escalada já tenha integrado o programa olímpico nos Jogos de Tóquio (Japão) e segue mantida nosJogos de Paris 2024, a paraescalada ainda não estáincluída no rol de esportes paralímpicos. No início de 2023, oComitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) confirmou 22 modalidades na Paralimpíada deParis 2024, e deixou aberta a possibilidade da paraescalada e do parasurfe serem incluídos, pela primeira vez, apartir de Los Angeles 2028, caso os dois esportes sejam indicados pelo Comitê Organizador. A decisão final do IPC sairá até o final deste ano.