O Piauí está entre os 10 estados brasileiros considerados área não livre de peste suína clássica. De 2019 até agora, o estado piauiense diagnosticou 32 focos da doença, principalmente na região norte do Estado. Para sair da classificação de risco, a Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) está realizando junto com a Adapi um plano estratégico de imunização contra a doença.
A execução do planejamento está sendo feita através de parceria com técnicos da iniciativa privada de Alagoas, primeiro estado do país a adotar um projeto piloto de imunização de suínos, autorizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Em visita ao Piauí, o alagoano e consultor agropecuarista, Henrique Soares, explica que o projeto será executado respeitando os critérios do Ministério. “A ideia é criar uma estratégia que passe por diferentes etapas de vacinação até que o estado alcance a classificação de livre da doença, até mesmo sem a vacinação com rebanho piauiense totalmente imunizado. Pretendemos executar a imunização, realizar sorologia e intensificar atividades de educação sanitária para sensibilizar todos os produtores.”, completou.
O rebanho de suínos cadastrados junto à Adapi é de aproximadamente 2 milhões de animais, a maior parte em produções domésticas, de subsistência. “Nosso estado é muito extenso e o que dificulta a erradicação da doença e a forma de criação dos suínos ser de forma extensiva, com os animais criados soltos, além de não ser autorizado ainda pelo Mapa o uso da vacina. Por isso, nossa ideia é iniciar a vacinação por onde temos registro de ocorrência da doença, que é o norte do Piauí. Nessa etapa alcançaríamos cerca 1,3 milhão de animais”, explica o secretário da Sada, Fábio Abreu.
O gerente de Defesa Animal da Adapi, Idílio Soares, afirma que todos os focos da peste suína clássica diagnosticados no Piauí tiveram atuação efetiva do órgão com eliminação imediata. Contudo, um programa de imunização vai prevenir novos casos beneficiando principalmente pequenos produtores, que tem a suinocultura como principal fonte de renda. “A produção de suínos do Piauí representa proteínas para famílias de baixa renda e sustento para centenas de produtores. Quando a gente fala de erradicar a peste suína clássica estamos falando de garantir que tenhamos uma atividade econômica de subsistência no estado e de garantir que tenhamos uma alimentação não só para as famílias, mas uma renda extra para aquele excesso de produção que vai para as feiras. A ideia é dar o melhor ambiente socioeconômico para população, dando essas garantias de que a doença esteja erradicada”, concluiu Idílio Moura, gerente de Defesa Animal da Adapi.
Após a conclusão do planejamento de imunização, o projeto será levado ao governador Rafael Fonteles. “Esse levantamento minucioso que vamos apresentador ao governador vai incluir as nossas metas e também discutir os custos e benefícios para o Estado”, finaliza Fábio Abreu.