O sistema de vigilância de doenças neuroinvasivas desenvolvido no Piauí será usado como modelo pela equipe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). O grupo participou de uma reunião nesta quarta-feira (27) na Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), para conhecer mais o trabalho realizado no estado.
Antes da reunião, a equipe mineira realizou visitas a hospitais de Teresina. “Viemos conhecer a vigilância de doenças neuroinvasivas do Piauí, que é pioneiro no Brasil. Queremos fortalecer nossa vigilância, conhecer quais são os fluxos e processos que são feitos aqui para tentar replicar no nosso estado”, pontuou Daniela Caldas Teixeira, infectologista pediátrica da SES-MG.
Um dos pontos abordados foi a portaria da Sesapi, que estabeleceu a notificação compulsória e a investigação obrigatória dos agravos encefalite, mielite, encefalomielite e polirradiculoneurite (síndrome de Guillain-Barré) em âmbito estadual. Além disso, a medida ampliou a abrangência da vigilância dessas doenças, iniciada na capital com apoio de diversos órgãos.
“É um orgulho compartilharmos a experiência do nosso programa de vigilância epidemiológica estadual, que tem sido pioneiro em demonstrar a participação expressiva dos arbovírus na gênese das síndromes neuroinvasivas de natureza viral, infecciosas, parainfecciosas e/ou pós-infecciosas”, destacou Leila Santos, superintendente de Atenção à Saúde e Municípios da Sesapi.
Em 2023, foram notificados 224 casos humanos suspeitos de encefalite, mielite, encefalomielite, mielite transversa ou polirradiculoneurite (síndrome de Guillain-Barré) na rede hospitalar pública ou privada do estado do Piauí.
Após um diagnóstico alternativo à síndrome neuroinvasiva, pode ser firmado em 53% (119) destes casos, motivando a interrupção da investigação epidemiológica. Assim sendo, a investigação laboratorial foi prosseguida em 47% (105) dos casos: 54 casos de encefalite / encefalomielite disseminada aguda (ADEM), 43 casos de síndrome de Guillain-Barré e oito casos de mielite transversa aguda (MTA).
Para Daniela Caldas Teixeira, a passagem pelo Piauí foi bastante positiva. “Tanto a visita local nos hospitais como o encontro com os gestores, foi tudo muito rico para nós, para gente conhecer mais a fundo tudo que vocês tem encaminhado nesses dez anos de vigilância, vencendo todos os desafios, para replicarmos de maneira mais ágil e fácil", concluiu.