O senador Eduardo Girão (Novo-CE), em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (11), chamou a atenção para as denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos. Girão destacou o episódio como uma "tragédia anunciada" e criticou a postura do ex-ministro ao longo de sua gestão, especialmente em relação a temas sensíveis como a defesa da vida e o aborto.
O senador lembrou de um episódio que, segundo ele, exemplifica a “soberba do ex-ministro". Durante uma reunião na Comissão de Direitos Humanos (CDH), Girão entregou a Silvio Almeida um modelo de um feto de 11 semanas. Segundo o ele, o gesto que já havia sido aceito por diversos parlamentares, ministros e até membros do Supremo Tribunal Federal (STF), foi rejeitado por Silvio Almeida.
— É o símbolo mundial pró-vida, que eu já entreguei e nunca ninguém tinha recusado, nem em debates que eu fiz com feministas. Para minha surpresa, o ministro dos Direitos Humanos do Brasil [Silvio Almeida], recusou-se a receber o símbolo em defesa da vida desde a concepção, de um país que 80% da sua população é contra o aborto. Ele chocou naquele momento ali e ainda usou um argumento completamente sem cabimento, dizendo o seguinte: "Não, eu não vou receber isso, porque a minha esposa está grávida e o filho vai nascer” — disse o senador, ao cobrar uma investigação sobre o assunto por parte da Casa Civil, da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério da Justiça.
O senador também voltou a cobrar do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a abertura do pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Precisamos que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, dê uma resposta à altura desse colegiado aí. E tem que ser por colegiado, não pode ser uma decisão monocrática, que ninguém tolera mais, porque a gente sabe que não se sustenta. Mas precisamos dessa vez conseguir deixar a digital de cada um, porque é isso que a população quer, legitimamente, e é isso que nós queremos, senadores da República, porque não aguentamos mais, porque juramos à Constituição Federal em nossa posse e temos o dever de respeitá-la, já que aqueles que estão no Supremo Tribunal Federal ... — concluiu.