A Secretaria da Saúde do Piauí (Sesapi) criou um comitê para avaliação de óbitos por leishmanioses e outras doenças infecciosas. O objetivo do grupo, que será composto por técnicos das áreas de vigilância em saúde, laboratório, atenção básica, da área hospitalar e dos agentes de saúde e de endemias, é dar mais rapidez e precisão na identificação dos casos.
“Ainda há muita dúvida em relação aos óbitos, se é relativo a leishmanioses ou qualquer outra patologia infecciosa. Às vezes, o paciente evolui para óbito em municípios que só possuem uma UBS, então esse prontuário será enviado ao comitê para que seja avaliado por médicos, enfermeiros e farmacêuticos que compõe a equipe”, destaca Amélia Costa, coordenadora de epidemiologia da Sesapi.
A criação do comitê ocorreu durante a capacitação das equipes técnicas para fortalecer a vigilância e o controle das leishmanioses no estado, concluído nesta quinta-feira (28). O evento, realizado no auditório da Secretaria da Administração (Sead), contou com apoio do Ministério da Saúde e discutiu estratégias de diagnóstico, manejo terapêutico e estratégias de descentralização do teste rápido e vigilância do óbito.
As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral, que ataca órgãos internos.
A leishmânia é transmitida ao homem (e também a outras espécies de mamíferos) por insetos vetores ou transmissores, conhecidos como flebotomíneos. A transmissão ocorre quando uma fêmea infectada passa o protozoário a uma vítima, enquanto se alimenta de seu sangue.
O Piauí registrou 222 casos de leishmaniose visceral e 131 casos de leishmaniose tegumentar no ano de 2023, número bem acima dos contabilizados no anterior, quando ocorreram apenas 81 casos de leishmaniose visceral e somente 96 casos de leishmaniose tegumentar.