A Justiça revogou a prisão domiciliar e determinou a prisão preventiva de Maria Edna Lima da Silva, de 27 anos, suspeita de matar a facadas o marido Wadson da Silveira Fontenele, de 28 anos, em Piracuruca, Norte do Piauí. A decisão é dessa terça-feira (22), do juiz de Direito Stefan Oliveira Ladislau.
A Justiça havia homologado a prisão em flagrante e determinado a prisão domiciliar de Maria Edna Lima, visto que ela é mãe de três crianças, sendo que o mais novo tem dois meses de idade. A lei determina prisão domiciliar como medida cautelar para a pessoa imputada da prática de delito que é mãe de criança de até doze anos incompletos.
Contudo, a suspeita teve a guarda do filho mais novo suspensa. Para a decisão, a Justiça considerou, além do homicídio, o histórico de agressão e negligência de Maria Edna contra os filhos mais velhos, os quais, inclusive, estão sob guarda do genitor. Agora, a criança está sob a guarda provisória da avó paterna.
“A conjugação do comportamento violento da representada e a prática de crime violento contra a pessoa denotam a impossibilidade da representada permanecer em contato com a criança, não havendo, portanto, fundamento para a manutenção de sua prisão domiciliar bem como impossível a concessão de liberdade provisória vinculada a medidas cautelares diversas da prisão.”, argumentou o juiz Stefan Oliveira na decisão.
Entenda o caso
Segundo o delegado Abimael Silva, da delegacia de Piracuruca, o casal havia passado a tarde de domingo (13) bebendo junto com amigos em uma barragem na cidade. Até que começou uma discussão entre eles, e saíram do local brigados.
Horas mais tarde, Maria Edna pediu ajuda a amigos e vizinhos para que socorressem o marido, que estava ferido no peito com uma facada. Wadson foi levado para um hospital em Piracuruca e seria transferido para o Hospital Regional Chagas Rodrigues, em Piripiri, mas não resistiu e faleceu.
Maria Edna foi presa em flagrante pela Polícia Militar. Em depoimento à Polícia Civil, ela disse que teria sido agredida por Wadson e usou a faca para se defender. Durante a briga, segundo ela, Wadson teria caído sobre a faca, que o atingiu no peito.
Entretanto, segundo o delegado Abimael, a vítima tinha ferimentos nos braços característicos de defesa, que contrariam o depoimento da suspeita.
“Essa versão dela não bate com os ferimentos encontrados no corpo dele. Ele tinha cortes nos antebraços, em uma das mãos, e um corte em “x” no tórax, e não um ferimento só”, comentou o delegado Abimael.
Ele disse ainda que, segundo testemunhas, Maria Edna teria usado uma faca para ameaçar Wadson no passado. Os dois estavam juntos há cerca de um ano.