O governo do Rio de Janeiro informou, em nota, que o governador em exercício, Cláudio Castro, negou a liberação de estádios fluminenses para sediar jogos do Campeonato Paulista. A possibilidade foi aventada após o Governo paulista anunciar a suspensão completa de atividades esportivas coletivas no estado por 15 dias - a partir da próxima segunda-feira (15) - para conter a disseminação do novo coronavírus (covid-19), em meio à alta de casos e de internações.
Segundo comunicado enviado pela assessoria de imprensa do governo fluminense à Agência Brasil, a negativa se deu “por conta do avanço dos números da covid-19 no estado”. Conforme dados da Secretaria de Saúde do estado do Rio, atualizado às 17h (horário de Brasília) desta quinta-feira (11), 2.094 novos casos e 190 mortes foram confirmados em 24 horas. A ocupação das unidades de terapia intensiva (UTIs) está em 73,4%.
A Federação Paulista de Futebol (FPF) já afirmou, em nota, que pretende concluir o Campeonato Paulista na data prevista (23 de maio), apesar da suspensão das atividades. A entidade defende que o protocolo sanitário elaborado no ano passado, para realização dos torneios em meio à pandemia, foi “aprovado e elogiado” pelo Ministério Público Estadual e pelo Centro de Contingência do Coronavírus. Uma reunião entre federação, MP e Governo paulista está marcada para segunda, às 9h, “para definir o agendamento dos jogos”.
A interrupção impacta diretamente as partidas das rodadas de 5 a 7 da Série A1 (primeira divisão) do Estadual, além de um jogo isolado da terceira rodada, entre São Bento e Palmeiras, em Sorocaba (SP), na próxima quarta-feira (17). Nesse mesmo dia, há um duelo da Copa do Brasil marcado, entre Marília (da Série A3, a terceira divisão paulista) e Criciúma, em Marília (SP). Para quinta-feira (18) está agendada a partida entre Mirassol e Red Bull Bragantino, em Mirassol (SP), também pela copa nacional.
O nefrologista José Medina Pestana, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro do Centro de Contingência, explicou nesta quinta, em entrevista coletiva, que a decisão de suspender as atividades esportivas atende a uma recomendação do Ministério Público. Em nota, o procurador-geral Mario Sarrubbo, do MP, considerou “imprescindível” a interrupção devido ao “recrudescimento da situação causada pela covid-19, com o aumento do número diário de pessoas infectadas, de internações e de mortes”.
Segundo o Centro de Contingência, a taxa de ocupação das UTIs em São Paulo está em 87,6%, com média de 150 novas admissões por dia. O número é 47% superior ao registrado na primeira onda da covid-19.