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Estudante com baixa visão participa pela primeira vez da OBMEP

Luís foi acompanhado por professores para a realização da prova e contou com a estrutura da sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE).

08/06/2022 às 14h35
Por: admin Fonte: Secom Piauí
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Foto: Reprodução/Secom Piauí
Foto: Reprodução/Secom Piauí

Raciocínio lógico e interpretação de cálculos matemáticos para muitos estudantes podem ser um desafio. Entretanto, para o estudante Luís Henrique, que possui a deficiência visual baixa visão, as questões da 1ª Fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) 2022 foram tranquilas de solucionar.

Luís Henrique é um dos 360 mil estudantes piauienses que participaram da primeira fase da olimpíada científica nesta terça-feira (7). Ele estuda no Centro de Ensino Jovens e Adultos (CEJA) Professora Maria Rodrigues das Mercedes, localizada no bairro São Pedro, zona sul de Teresina.

Aos trinta e nove anos de idade, Luís revela ser a primeira vez que participa de uma olimpíada científica. “Esta foi a primeira vez que participei de uma olimpíada de matemática. A escola me incentivou a participar de diversas atividades como gincanas, competições de dominó e dama e, para mim, o que me chamarem eu vou fazer”, comentou Luís em tom descontraído.

Diante da baixa visão, descrita como qualquer grau de enfraquecimento visual que cause incapacidade funcional e diminua o desempenho visual, Luís foi acompanhado por professores para a realização da prova e contou com a estrutura da sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE).

“Mesmo com algumas questões sendo complicadas de resolver, pois em alguns assuntos de matemática sinto dificuldade, tive questões que consegui de forma tranquila. Eu gostei da prova de toda forma”, revelou Luis Henrique.

Estudante com baixa visão participa pela primeira vez da OBMEP
Foto: Reprodução/Secom Piauí

Ele relata que perdeu a visão como consequência do um tumor do qual foi acometido aos 7 anos de idade.
“Perdi a visão diante do problema de saúde, tendo apenas 2% de visão, e não consegui seguir nos estudos. Entretanto, graças a Deus hoje estou bem e agora pretendo terminar meus estudos e seguir em frente. Hoje faço os estudos, estou aprendendo braile Acredito que tudo dará certo.”

Na sua rotina de atividades escolares, o estudante divide o seu tempo entre as ações na Acep – Associação dos Cegos do Piauí, focado nos estudos em braile, no turno da manhã, e durante o turno da tarde ele frequenta as aulas na VI etapa, equivale ao 1ª e 2ª série do Ensino Médio no CEJA.

“Eu consigo ir para a Acep para os estudos de braile e pela tarde tenho as aulas da EJA. É tranquilo pois escuto os assuntos do professores na sala de aula e complemento na associação com o apoio do professor, pois ele transcreve para a máquina braile os exercícios e, assim, consigo responder o material da escola”, informou Luis Henrique.

Com a rotina na Acep, Luis Henrique pretende ajudar outras pessoas sendo professor de braile.”Minha família me apoia muito. Minha esposa, meus dois filhos apoiam eu terminar meus estudos, fazer algum curso superior e pretendo ser professor em braile e fazer pedagogia. Esta é a minha vontade”, conta Luis Henrique.
Suporte aos alunos do AEE

O CEJA tem registrado 884 estudantes matriculados, destes 33 tem acompanhamento nas turmas de AEE e 8 estudantes da Acep com atividades na escola. O acompanhamento é realizado de forma presencial e on-line, em casos inacessibilidade de locomoção, informa a diretora Raimunda Soares Pimentel.

Estudante com baixa visão participa pela primeira vez da OBMEP
Foto: Reprodução/Secom Piauí

No CEJA os estudantes com deficiência visual, deficiência auditiva, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), autismo, paralisia cerebral recebem apoio pedagógico nas salas de AEE. Para contemplar os estudantes aptos a fazer o exame, a coordenação pedagógica solicitou provas da OBMEP específicas, exames ampliados, por exemplo.

“Esses alunos, tanto da sala do AEE como os alunos das regulares, nesta primeira fase realizam a prova com os conhecimentos obtidos durante o ano letivo e com o foco em descobrir talentos. A partir do momento que a gente identifica aqueles alunos que mais se destacaram na matemática, buscamos fazer um preparatório com aulas extras para a segunda fase”, disse Raimunda Soares.

A diretora revela que o incentivo a competições acadêmicas tem saldo positivo. “Nas olimpíadas passadas sempre obtivemos algum retorno. Já recebemos menção honrosa de uma aluna que era deficiente visual, que tinha muita afinidade com o estudo da matemática”, conta.

OBMEP

A 17ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) é dividida em três níveis, de acordo com o grau de escolaridade do aluno: Nível 1, 6º e 7º anos do Ensino Fundamental; Nível 2, 8º e 9º do Ensino Fundamental e Nível 3, da 1ª a 3ª série do Ensino Médio.

Os classificados na primeira fase da OBMEP realizarão a prova da segunda fase em 8 de outubro, esta formada por 6 questões discursivas. A classificação é feita de acordo com as maiores notas na prova da primeira fase.

 

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