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Estudante da UFPI morreu após ser estuprada e ter o pescoço quebrado, diz delegado

O delegado disse que, conforme médicos legistas, Janaína chegou já morta ao Hospital da Primavera.

29/01/2023 às 16h18 Atualizada em 29/01/2023 às 16h29
Por: admin Fonte: As informações do G1
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de Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, foi morta após ser estuprada e ter o pescoço quebrado em Teresina — Foto: Reprodução
de Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, foi morta após ser estuprada e ter o pescoço quebrado em Teresina — Foto: Reprodução

Um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal de Teresina (IML) confirmou violência sexual contra a jovem Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, que morreu após calourada na Universidade Federal do Piauí. Segundo o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, conhecido como Barêtta, a vítima também teve o pescoço quebrado.

Em nota, o IML confirmou que a causa da morte aponta para trauma raquimedular por ação contundente, isto é, uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, que provocou lesão da medula espinhal e morte

O órgão reforçou que a ação contundente pode ter sido causada "por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso".

O delegado informou que, conforme médica legista, Janaína chegou morta ao Hospital da Primavera, localizado na Zona Norte de Teresina. Ela apresentava lesões no rosto e em diversas regiões do corpo.

De acordo com Barêtta, a jovem foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI. No local, foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos.

Um jovem , também estudante da UFPI, foi detido suspeito do crime. Conforme o delegado, o rapaz relatou que Janaína passou mal durante uma relação sexual consensual.

"O que sabemos é que um vigilante da instituição avistou o rapaz saindo da sala, com a moça nos braços. O vigilante viu as roupas do rapaz sujas de sangue, disse 'ei, o que tá acontecendo aí?' e o rapaz disse 'minha amiga passou mal, tô levando pro hospital'. O vigilante então deteve ele, chamou reforço e, de carro, foi com os dois até o hospital", contou.

De acordo com o delegado, o estudante disse que Janaína desmaiou e que tentou prestar socorro. "Estamos investigando o contato dele com uma pessoa. Pode ser que ao sair da sala, ele não estivesse indo ao hospital. Acho que ele sabia que ela estava morta e pode ter entrado em contato com alguém pra pedir ajuda pra descartar o corpo", completou o delegado.

"Os ferimentos indicam um homicídio qualificado, um crime hediondo, em que o feminicídio pode ser apenas uma das qualificadoras", concluiu Barêtta.

Confira na íntegra a nota do IML

O Instituto de Medicina Legal do Piauí emitiu a Declaração de Óbito de Janaína da Silva Bezerra, estudante morta nesse sábado no prédio da Universidade Federal do Piauí, em Teresina. A causa da morte aponta para trauma raquimedular por ação contundente, ou seja, houve uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, o que causou lesão da medula espinhal e a morte.

Segundo a legista, a ação contundente pode ter sido causada por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso.

Em depoimento à Policia Civil, o acusado com as iniciais T. M. S. B afirmou que já conhecia a vítima e teriam “ficado” em outras ocasiões. O acusado disse que estavam em uma “calourada” na UFPI e que por volta das 2h convidou a jovem para seguirem a um corredor e em seguida se dirigiram a uma das salas de aula onde praticaram sexo consensual e que após a prática sexual a vítima teria ficado desacordada por duas ocasiões, sendo a última por volta das 4h. Ele alega que permaneceu ao lado do corpo da vítima durante toda a madrugada e solicitou socorro à segurança da Universidade por volta das 9h, que conduziu a vítima ao Hospital da Primavera, onde foi constatado o óbito.

A Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do acusado, que encontra-se neste momento em audiência de custódia. Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa - DHPP, foram adotadas todas as providências necessárias para o fiel esclarecimento do caso, com a realização de entrevistas e a realização de exames periciais, além de perícia no local do crime. O inquérito policial será concluído em até dez dias.

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) informou que a administração não havia autorizado a festa realizada na sexta-feira (27). Em nota, a instituição afirmou ainda que está colaborando com as investigações e que vai buscar imagens de câmeras de segurança para ajudar. A instituição declarou que desaprova condutas que coloquem em risco estudantes, professores ou funcionários.

Segundo o Diretório Central dos Estudantes, contudo, as atividades culturais promovidas dentro da instituição nunca precisaram ser diretamente comunicadas, já que são realizadas em espaço destinado às ações estudantis.

O DCE destacou, ainda, que uma luta antiga do Diretório é mais segurança para os estudantes, que têm constantemente relatado assaltos e outros crimes dentro do campus em Teresina. Conforme a entidade, a guarda da UFPI é majoritariamente patrimonial, e não contempla a necessidade de segurança da comunidade acadêmica.

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