A medula óssea, popularmente chamada como tutano, é responsável por fabricar todos os elementos do sangue pela diferenciação das células-tronco. É responsável pela produção dos glóbulos brancos (que combatem infecções), vermelhos (que carregam o oxigênio) e plaquetas (que ajudam na coagulação). A maioria das doenças oncológicas da medula óssea, por exemplo as leucemias agudas, acontece por falha nesse mecanismo.
O Transplante de Medula Óssea (TMO) é um procedimento de alta complexidade que pode possibilitar a cura para algumas doenças do sangue como leucemias, linfomas, alguns tipos de anemia e doenças autoimunes, entre outras. O transplante é, em algumas situações, a única ou principal chance de cura para esses pacientes. No Brasil, estima-se que as chances de compatibilidade sejam de um para 100 mil, por isso o cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, Redome, é tão importante.
Sabendo dessa necessidade, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) vai realizar campanhas para o cadastro de novos doadores voluntários de medula óssea. Nos dias 22 e 23 de agosto, o Hemopi vai estar nas cidades de Jardim do Mulato, Angical, Amarante e Regeneração. “Estamos em busca de novos doadores e com fenótipos que possam aumentar a diversidade dos cadastros no Redome. Quanto mais diverso for o banco de doadores voluntários, mais chances os pacientes que estão na fila de espera por um transplante têm de encontrar um doador compatível”, explica o supervisor do Redome, Vinício Marques.
Atualmente, o Brasil possui 5.624.450 doadores cadastrados e 650 pacientes na fila de espera por um transplante. O Piauí tem 96.894 doadores de medula óssea cadastrados no Redome. O cadastro pode ser feito no Hemocentro mais próximo da sua cidade. “No Piauí, o cadastro pode ser feito em qualquer uma das quatro unidades do Hemopi: Teresina, Parnaíba, Floriano e Picos. O candidato precisa apresentar um documento oficial com foto, preencher uma ficha com dados pessoais e coletar uma amostra de sangue para o exame de tipagem HLA. É através dessa amostra que as informações genéticas são inseridas no Redome e passam a ser cruzadas com as informações dos pacientes que estão necessitando de um transplante de medula óssea”, reforça Vinício Marques.
Os requisitos básicos para se tornar um doador voluntário de medula óssea são: ter entre 18 e 35 anos de idade, sendo que o doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade; apresentar documento de identificação oficial com foto; estar em bom estado geral de saúde; não ter nenhuma doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea. A lista doa doenças impeditivas pode ser conferida através do endereço eletrônico https://redome.inca.gov.br/doencas-impeditivas-do-cadastro-e-da-doacao/
O diretor do Hemopi reforça que o cadastro é o primeiro passo e que a doação efetiva só acontece quando há compatibilidade. “Por isso, reforçamos a importância de se cadastrar como doador. Para os que já são cadastrados, é necessário manter os dados sempre atualizados para que, caso haja compatibilidade, o doador possa ser encontrado de forma rápida e eficaz para dar prosseguimento às outras etapas que podem anteceder o transplante efetivo. O cadastro é uma responsabilidade dos hemocentros de todo o Brasil e o Hemopi pretende, com essas campanhas nos municípios, cumprir a sua meta anual estabelecida pelo Ministério da Saúde que é de 2.363 novos cadastros”, explica Rafael Alencar. Até dezembro o Hemopi deve percorrer outras cidades do interior do Piauí.
O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 90% dos transplantes no país. Apesar do grande volume de procedimentos de transplantes realizados, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão, seja de doador vivo ou não, ainda é grande.
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