Após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgar que o estado piauiense pode tornar-se livre da febre aftosa sem vacinação, a Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) e Adapi reuniram representantes de órgãos e instituições parceiras e produtores para discutir as principais medidas a serem trabalhadas nos próximos meses para que o Piauí avance na classificação sanitária.
O secretário da Sada, Fábio Abreu, ressalta que o desafio para os próximos dias é conscientizar o setor produtivo sobre a antecipação da última campanha de vacinação, que vai de 1º a 30 de abril, e que o prazo não será prorrogado. “Precisamos atingir um alto percentual de imunização, informando aos pequenos, médios e grandes produtores de bovinos e bubalinos que teremos uma imunização num período atípico, já que nos anteriores, a mesma ocorria em maio. Temos que reforçar também que este prazo é improrrogável, ou seja, quem não vacinou até dia 30, não poderá mais fazer”, reforçou.
O pecuarista Jairo Cavalcante, que preside o Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Piauí, destacou que as entidades produtoras irão trabalhar na massificação da campanha junto aos pecuaristas. “Já estamos contribuindo com a criação do fundo privado, que é um dos critérios exigidos pelo Mapa, mas também vamos auxiliar os órgãos públicos nessa parte de divulgação da antecipação da vacina para que ela chegue de norte a sul do estado”.
Airton Dutra, chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal (Sisa) da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado do Piauí (SFA-PI), explica sobre as determinações que o estado e as entidades privadas devem cumprir para que a meta de livre da aftosa sem vacinação seja alcançada, como uma maior estruturação da Adapi no interior, entre outras medidas que precisam ser tomadas para que o Piauí consiga a certificação internacional em 2025.
“Em dezembro de 2023, o Ministério da Agricultura elencou algumas metas que o Piauí deveria cumprir para uma possível suspensão da vacinação, entre elas estava a criação do fundo privado já com o mecanismo de arrecadação, a geolocalização com validação de 70% das propriedades e fazer um estudo da implantação das barreiras fixas e móveis com os estados do Ceará e Pernambuco, que são estados que no momento, não irão avançar para a retirada da vacinação. A partir daí, houve uma mobilização muito grande do governo estadual, junto com a iniciativa privada e os produtores rurais, e com um avanço significativo. O Mapa reconheceu o esforço e resolveu prorrogar por mais um tempo o cumprimento dessas metas e incluir o Piauí na antecipação da vacina, em abril desse ano, sem prorrogação, e com a suspensão a partir do dia 1º de maio”.
O chefe do Sisa ainda relatou que o Mapa enviará ao estado, nas próximas semanas, um ofício elencando todos os requisitos que devem ser cumpridos. De acordo com ele, o documento irá direcionar todas as ações que devem ser realizadas pela Sada e Adapi. “Mais uma vez, o Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e do Departamento de Saúde Animal, confia no Governo do Estado através do trabalho realizado pela Sada e Adapi, para que em maio de 2025 tenha o reconhecimento internacional da Organização Mundial de Saúde Animal”, finalizou.
Além do Piauí, os estados da Bahia, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro, Roraima, Sergipe e parte do estado do Amazonas realizam, em abril, a última etapa de vacinação contra a febre aftosa.
A reunião realizada, nesta segunda-feira (11), contou com a participação de representantes da APCZ, APICCOV, Faepi, CRMV-PI, Fetag-PI, SAF e Seagro.