Na manhã de hoje (25), o Instituto de Terras do Piauí (Interpi) realizou a entrega solene do título coletivo de território quilombola para a comunidade de Tanque de Cima. Localizada no município de Acauã, Tanque de Cima é uma comunidade quilombola cuja história remonta aos dias sombrios da escravidão.
Fundada por volta de 1871 pelo casal Raimundo e Antônia, escravos fugidos da Fazenda Zumba, em Pernambuco, a comunidade recebeu orientação de Geraldo Pereira, um fazendeiro local, para se estabelecer na região e fundar um novo lar. Hoje, Tanque de Cima é composta por cerca de 77 famílias descendentes, reconhecendo Dona Arcanja, avó de "Tio Bel", como a matriarca e ancestral direta da maioria das famílias que ocupam esse território.
Durante a cerimônia de entrega do título coletivo, o diretor-geral do Interpi, Rodrigo Cavalcante, expressou sua satisfação em poder contribuir para a regularização fundiária dessa comunidade tão importante para a história e a cultura do Piauí. "Este é um momento histórico para Tanque de Cima e para todo o estado. Estamos cumprindo nosso compromisso de garantir o direito à terra para as comunidades quilombolas, reconhecendo sua história e sua contribuição para a nossa sociedade", afirmou Cavalcante.
Jorge Júlio, morador da comunidade e representante dos quilombolas, também compartilhou sua emoção durante o evento. "Receber esse título coletivo é mais do que uma conquista legal, é o reconhecimento de uma luta de gerações. Este é um passo importante para garantir a segurança e o futuro de nossa comunidade", declarou Júlio.
Para o Interpi, a entrega do título coletivo de território quilombola para Tanque de Cima representa não apenas um marco jurídico, mas também um símbolo de respeito à história e à identidade das comunidades quilombolas do Piauí. O evento reforça o compromisso das autoridades em promover a justiça social e a inclusão, garantindo o direito à terra e o reconhecimento da cultura afrodescendente em todo o estado.