Nesta quarta-feira (10), a Secretaria de Estado das Mulheres (Sempi) recebeu um evento voltado para o enfrentamento ao racismo institucional, promovido pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc). Essa iniciativa, alinhada com a meta 7 estabelecida pelo governo do Estado, tem como objetivo combater o racismo em suas diversas manifestações, incluindo o racismo estrutural, religioso e institucional.
Durante o evento, a gerente de Povos de Terreiro da Sasc, Mãe Lúcia de Oxóssi, explicou a dinâmica do projeto, que envolve palestras ministradas dentro da Secretaria, seguidas pela disseminação do conhecimento pelos funcionários participantes e, posteriormente, a multiplicação desse conhecimento em suas respectivas áreas de atuação.
“É um projeto muito enriquecedor para nós que estamos desenvolvendo, porque é uma confiança que foi depositada pelo governador dentro dessa meta, e como a gente trabalha com igualdade racial, a gente busca englobar todo esse povo para trazer melhorias no atendimento para eles e para que eles possam compreender que há espaços para todos, através do combate ao racismo estrutural, institucional e religioso dentro das secretarias”, explicou Mãe Lúcia de Oxóssi.
A superintendente de Igualdade Racial e Povos Originários da Sasc, Assunção Aguiar, por sua vez, abordou o tema do racismo recreativo e religioso, ressaltando a importância de conscientizar sobre as ofensas veladas que muitas mulheres de Axé enfrentam, como por exemplo, quando são rotuladas pejorativamente de “macumbeirinhas”. “É importante priorizar essa escuta, para que possamos, a partir do nosso diálogo, melhorar a nossa convivência, não só com quem está na nossa roda, mas também na nossa família”, pontuou a superintendente.
Já o coordenador de Enfrentamento ao Racismo Institucional e Estrutural da Superintendência da Igualdade Racial e Povos Originários da SASC, Raimundo Santos, destacou a dificuldade dos gestores em abordar o tema do racismo institucional, enquanto o diretor de Igualdade Social, professor Bispo, enfatizou como o racismo estrutural se desdobra em outras formas de discriminação.
A gerente do Centro de Referência Francisca Trindade da Sempi, Joelfa Farias, compartilhou sua experiência pessoal de ter enfrentado o racismo institucional e religioso, destacando a importância da inclusão e da conscientização para a superação dessas barreiras. “A gente balança, mas a gente não cai, porque de nós foi tirado o direito de estarmos em lugares de poder. Como Ialorixá, mulher preta e sapatão que sou, eu estou no meu lugar de fala, dizendo que, por muito tempo, calaram a nossa voz”, declarou Joelfa.
O evento evidencia a importância do diálogo e da conscientização no combate ao racismo em todas as suas manifestações, reforçando o compromisso da Sempi e de suas parceiras em promover a igualdade e a justiça social.
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