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Fim das lives? Ecad cobra taxas de direito autoral e eleva custos

Taxas de cerca de 10% valem inclusive para transmissões on-line que já aconteceram

24/06/2020 às 12h06
Por: admin Fonte: Metrópoles
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Fim das lives? Ecad e editoras cobram taxas de direitos autorais por músicas tocadas em livesReprodução
Fim das lives? Ecad e editoras cobram taxas de direitos autorais por músicas tocadas em livesReprodução

Após as diversas polêmicas que envolviam desde o consumo de álcool até a notável queda de audiência, as lives – que já foram sucessos estrondosos durante a quarentena – terão de enfrentar agora outro problema para sobreviver: cobranças de taxas que envolvem direitos autorais. As informações são do portal G1, da Globo.

De acordo com a publicação, O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) e a União de Editoras Musicais (Ubem) está em busca de taxas que chegam a 10% por direitos autorais das músicas tocadas nas lives patrocinadas no YouTube. A cobrança, inclusive, será feita por transmissões on-lines que já aconteceram.

A iniciativa dividiu o mercado entre os compositores, que em sua maioria aprovam a medida e os produtores dos artistas intérpretes, onde grande parte vai contra a ideia. Como a cobrança é retroativa, ou seja, a cada nova live a fatia de 10% aumenta. Muitos deles afirmam que podem sofrer “rombos” nas contas.

Entenda

Com o sucesso das lives, que atraiu grandes patrocinadores para os artistas, o Ecad procurou o YouTube a fim de cobrar taxas em cima dos direitos autorais. O serviço, no entanto, alegou que já faz o pagamento desses direitos, mas, explicou que eles são feitos diretamente das empresas aos produtores dos artistas.

Com essa renda extra que vai para os produtores dos artistas que fazem as lives, o Ecad os procurou cobrando 5% de taxas pelos direitos das músicas tocadas. A Ubem cobra mais 5%.

Sem shows durante este período de isolamento social e por um longo tempo posteriormente, compositores que sofreram com a queda de faturamento comemoram a decisão.

O que são o Edad e a Ubem?

O Ecad representa os autores das músicas. Ele é quem recolhe os ganhos quando as músicas são tocadas e repassa aos artistas responsáveis por ela. Mesmo aquele artista que é autor e intérprete da música passa por esse processo.

Já Ubem, representa as editoras musicais, que são nada mais que as empresas que administram os direitos da canções, quando, por exemplo, elas são liberadas para uso publicitário. Como as lives patrocinadas, em sua grande parte funcionam também como propaganda, a Ubem entende que os produtores devem repassar 5% do faturamento, que será repassado aos donos das canções.

Ainda segundo a publicação, o Ecad, através da superintendente Isabel Amorim, afirma que nesse “mundo novo” das lives somente os intérpretes passaram a lucrar, com os compositores ficando de lado. As taxas seriam uma forma de diminuir os impactos, mas não colocaria um fim na crise.

As cobranças não vão atingir as pequenas lives, sem patrocínio ou outra fonte de renda. O Ecad também dá desconto de 50% a lives que sejam beneficentes para o mercado da música ou com verba que cubra só montagem e cachê.

De acordo com Isabel, o mercado está aceitando a taxa e as empresas/produtoras já estão procurando o Edad para pagar. Porém, com os pagamentos retroativos a adesão ainda é pequena.

“A gente tem várias negociações. Não é uma coisa exatamente rápida. Até porque é novo para todo mundo. Então você começa uma conversa. Mas entendo que será pago, pois é justo para os compositores e eles precisam ser remunerados pelo trabalho”, explicou ao G1.

Indefinições

Como as lives ainda são algo novo no mercado musical, outros problemas surgiram para que as cobranças fossem realizadas. Uma das questões seria a definição de um setlist prévio, dimimuindo a chance de apresentações de grandd duração e com improvisos.

Outro problema para definir os pagamentos é saber o lucro das lives. Estes dados são enviados pelas próprias produtoras, fazendo com que a relação de confiança entre as partes precise ser grande.

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