O governo de Jair Bolsonaro pagou R$1,03 bilhão de emendas individuais a parlamentares dias antes da análise do voto impresso. Informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmam que as transferências foram feitas por meio do “cheque em branco”, esquema de movimentos de recursos, sem fiscalização ou contratos, entre deputados, senadores, prefeitos e governadores.
A sessão do voto impresso realizada nesta terça-feira (10) contou com 229 votos positivos. Destes deputados, 131 receberam o pagamento em 2 de agosto. De acordo com o jornal, o repasse chegou a um valor acima dos R$2,8 milhões disponíveis para o primeiro semestre do ano, sendo R$931,7 milhões para deputados e R$102 milhões para senadores.
Segundo dados obtidos pela reportagem, o valor de R$1 bilhão pago em 2021 é um recorde para o mês de agosto, já que março, abril, junho e dezembro são os meses com mais liberação de emendas individuais. O jornal apontou que de 2016 a 2020 foram registrados um total de R$1,4 bilhão.
Em entrevista ao Estadão, o deputado Paulinho da Força (SP) afirmou: “Nós não esperávamos aquela quantidade de votos. Calculávamos 150 votos. Essa quantidade toda teve algum mistério, acho que pode ser isso. É estranho que, numa véspera de votação, o governo libere recursos nessa quantidade toda. Ficou muito evidente que o governo liberou para angariar voto. Então, agora a gente fica sabendo que não foi o tanque que arrumou voto. Foram as emendas”.