O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) entrou nesta segunda-feira (13) com um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a facada sofrida por Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, Minas Gerais, durante ato de campanha para as eleições presidenciais em 2018. O parlamentar afirmou que Bolsonaro já sofria de outras condições no intestino e teria forjado a facada para aumentar seu tempo de televisão.
“Estou convencido de que foi uma armação . Aproveitaram a doença que esse sujeito tinha na época e criaram essa narrativa do atentado . Ele foi de 8 segundos de TV para 24 horas de TV”, escreveu.
Ao Congresso em Foco, Alexandre Frota apontou que Bolsonaro sofria de um tumor benigno no intestino antes do ataque. O parlamentar também disse que estranha a maneira como a família do presidente evita o assunto.
“São muitos os pontos de desconfiança dessa história, a começar pelo próprio Bolsonaro como ele tem se comportado desde a época da facada. Dia 6 completou 3 anos e nada foi feito, ninguém falou sobre o assunto. É estranho isso”, explica.
O deputado diz que boa parte de suas desconfianças surgiram depois de assistir ao documentário “Bolsonaro e Adélio – Uma Facada no Coração do Brasil”, produzido pelo jornalista Joaquim de Carvalho.
As investigações da Polícia Federal apontaram Adélio Bispo como o autor da facada, que foi preso em flagrante. Uma decisão da Justiça de maio de 2019 concluiu que Adélio tem transtorno delirante persistente e, portanto, foi absolvido por ser inimputável criminalmente.
Hoje, Adélio está internado na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS) que possui espaço para tratamento de sua doença, por tempo indeterminado. De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público Federal, o acusado colocou em risco o regime democrático ao tentar interferir no resultado das eleições e planejou o ataque com antecedência de modo a excluir Bolsonaro da disputa.
Frota discorda das circunstâncias da prisão de Adélio. “Acho que o Adélio não deveria estar preso em uma penitenciária de segurança máxima e sim em uma casa de detenção de pessoas que tem alguma patologia mental. Não entendo por que o juiz colocou ele numa prisão”, disse.
Para a cúpula da CPI, o congressista diz que gostaria de ter Alessandro Molon (PSB-RJ) na presidência e Erika Kokay (PT-DF) na relatoria. Frota se mostrou otimista sobre a coleta de assinaturas necessárias para a abertura da Comissão.
“Eu idealizei esse pedido ontem e hoje já está protocolado. Vou entregar para os deputados assinarem. Acredito que a gente consiga as assinaturas suficientes bem rápido para a abertura desse processo”.
Questionado sobre os depoimentos, o deputado diz que gostaria de convocar Bruno Savino, o juiz do caso; Adélio Bispo; Carlos e Flávio Bolsonaro, filhos do presidente; o general Santos Cruz, que esteve presente; o chefe da Polícia Civil de Juiz de Fora; o Secretário de Segurança da cidade à época, e o diretor do hospital que atendeu Bolsonaro depois do ataque.
Fonte: Congresso em Foco