20°C 41°C
Piripiri, PI
Publicidade

Ameaças de Trump e demora no resultado deixam EUA em alta tensão

Presidente vê as chances de reeleição encolhendo e investe contra o sistema eleitoral norte-americano

06/11/2020 às 07h03 Atualizada em 06/11/2020 às 07h24
Por: admin
Compartilhe:
 presidente Donald Trump resolveu não facilitar a vida do adversário democrata
presidente Donald Trump resolveu não facilitar a vida do adversário democrata

Cenários pessimistas pintados por alguns comentaristas antes da eleição presidencial nos Estados Unidos estão se cumprindo. A corrida é mais acirrada do que o esperado e a decisão sobre o vencedor se arrasta. É um drama embalado pelos efeitos da pandemia, como o crescimento exponencial de votos pelo correio. Ao ver, com o decorrer da apuração, as chances de ser reeleito encolhendo, o presidente Donald Trump resolveu não facilitar a vida do adversário democrata, Joe Biden. E está tendo sucesso em mergulhar a apuração dos votos em um véu de desconfiança e ameaças de uma longa batalha judicial, que pode durar ainda bastante tempo.

A situação se agravou após pronunciamento realizado por Trump na noite desta quinta-feira (5/11), no qual o presidente dos Estados Unidos denunciou fraudes na eleição no país sem apresentar nenhuma prova, apenas reclamações sobre estados em que liderava a apuração, mas acabou ultrapassado quando os votos pelo correio começaram a ser contados.

De acordo com o republicano, ele ganha “facilmente” se apenas os “votos legais” forem contados. “Se contarem os votos ilegais, podem roubar a eleição de nós”, disse, insuflando seus seguidores e causando protestos veementes dos adversários.

Contagem

Na madrugada desta sexta-feira (6/11), seis estados ainda contavam os votos: Nevada, Arizona, Alasca, Pensilvânia, Carolina do Norte e Geórgia.

Na Geórgia, no fim da madrugada, Biden e Trump estavam em uma corrida cabeça a cabeça, cada um com 49,4% – a diferença pró-Trump era de 665 votos, faltando menos de 14 mil votos para serem contados. E a diferença caía constantemente desde a manhã de quinta.

Na Pensilvânia, com 95% dos votos apurados, e restando basicamente áreas expressivamente pró-democratas, a diferença havia caído para 18.229 votos. Biden vinha tendo média de 78% nos resultados sendo liberados. Mantido esse desempenho, o democrata também ganhará o estado e seus 20 delegados, o que selaria a vitória.

O The New York Times projetou que o presidente Donald Trump ganhou em Arkansas, Kentucky, Kansas, West Virginia, Carolina do Sul, Oklahoma, Tennessee, Mississippi, Missouri, Alabama, Indiana, Iowa, Nebraska, Dakota do Sul, Dakota do Norte, Utah, Wyoming, Montana, Idaho, Louisiana, Texas e Ohio.

O rival democrata, Joe Biden, levou Vermont, New Hampshire, Colorado, Massachusetts, Virgínia, Nova Jersey, Illinois, Maryland, Delaware, Connecticut, District of Columbia, Rodhe Island, Nova York, Novo México, Maine Oregon, Washington State, Havaí, Minnesota, Michigan, Wisconsin e Califórnia.

Isso deixa o democrata com 253 delegados, e o republicano, em busca da reeleição, com 214. Para vencer, um candidato precisa chegar a 270 votos no Colégio Eleitoral.

Se vencer a Geórgia, Biden vai a 269. Se levar a Pensilvânia, é o vencedor. O democrata também seguia liderando em Arizona e em Nevada. Para ter chance de vencer, Trump tem que levar ao menos três destes estados.

O comportamento de Trump, alegando fraudes sem apresentar provas e atacando todo o sistema eleitoral, desconcertou até colegas de seu próprio partido. O governador republicano de Maryland, Larry Hogan, que já criticou o presidente em outras oportunidades, tuitou na noite de quinta que “não há defesa para os comentários desta noite, atacando nosso processo democrático. A América está contando os votos e devemos respeitar o resultado, como sempre fizemos. Nenhuma eleição ou pessoa é mais importante do que a nossa democracia”, escreveu ele.

No election or person is more important than our Democracy.

https://t.co/BOO2iaTsEf

— Larry Hogan (@LarryHogan)

November 6, 2020

O silêncio de outras lideranças republicanas sobre as reclamações de Trump também chamou a atenção da imprensa norte-americana.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Anúncio
Publicidade
Publicidade