O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a Petrobras anunciará, a partir da próxima semana, redução no valor dos combustíveis. A declaração foi feita neste domingo (5/12), em entrevista ao Poder 360 em Brasília, enquanto o mandatário acompanhava partida de futebol no Minas Tênis Clube.
“A Petrobras começa, essa semana, já anunciar redução do preço do combustível. O que eles [prefeitos] têm alegado, que eu tenho ouvido eles reclamarem, é que com o aumento do combustível aumenta o preço da passagem. Agora, seria bom que eles procurassem os governadores”, disse. “Até porque quando o brent cai, essa coisa é automática, não é bola de cristal.”
Questionada pela reportagem, a Petrobras disse que não vai se manifestar sobre as falas de Bolsonaro.
Há tempos, o titular do Palácio do Planalto reitera que a responsabilidade pelos altos valores da gasolina e do botijão de gás é dos governadores. Segundo Bolsonaro, o custo desses insumos tem relação com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é uma taxa estadual.
Na semana passada, Bolsonaro chegou a afirmar que pensava em “rever” a paridade internacional dos preços da Petrobras. “[A Petrobras] É uma empresa sobre a qual eu não tenho domínio, tem aparelhamento. Ela busca o lucro. Tivemos um problema sério no passado. Além da corrupção, a questão da paridade com o preço internacional. Estamos buscando rever essa questão”, disse, durante entrevista à rádio Portal Correio, da Paraíba.
Privatizar a estatal
Com as seguidas altas nos valores dos combustíveis, Bolsonaro começou a se sentir pressionado e afirmar que o governo federal estaria pensando em privatizar a estatal, já que não poderia interferir na mesma.
“Quando o preço aumenta nos Estados Unidos, culpam o Joe Biden ou Trump; aqui culpam a mim. Eu não tenho como interferir no preço da Petrobras. Se eu interferir, vou responder por crime, eu e o presidente da Petrobras. A gente quer resolver o problema, mas não queremos o problema pra nós também. O ideal é ficar livre da Petrobras, privatizá-la pra muitas empresas”, afirmou Bolsonaro em novembro.