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Primeira obra restaurada após ataques é símbolo para o Senado, diz Pacheco

A entrega da primeira obra de arte restaurada após os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro representa a capacidade de recuperação do Senado e d...

02/02/2023 às 20h25
Por: admin Fonte: Agência Senado
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Pacheco e um servidor do Senado recolocam o quadro Trigal na Serra na recepção da Presidência da Casa. A obra foi danificada por vândalos durante invasão do Congresso por vândalos - Pedro Gontijo/Senado Federal
Pacheco e um servidor do Senado recolocam o quadro Trigal na Serra na recepção da Presidência da Casa. A obra foi danificada por vândalos durante invasão do Congresso por vândalos - Pedro Gontijo/Senado Federal

A entrega da primeira obra de arte restaurada após os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro representa a capacidade de recuperação do Senado e da democracia. A declaração foi feita pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, durante a recolocação da obra nesta quinta-feira (2).  O quadro Trigal na Serra, de Guido Mondin, que fica na Sala de Recepção da Presidência do Senado, foi uma das 14 obras de arte danificadas durante a invasão ao Congresso.

— Essa tela representa, primeiro, a demonstração da nossa capacidade de recuperação. Isso é um gesto simbólico de que esta obra que foi vilipendiada, danificada, vandalizada está recuperada, como recuperados estarão os outros espaços do Senado Federal na sua plenitude muito brevemente. É também um símbolo de que a democracia está de pé e de que nós somos capazes de reestabelecer a democracia, apesar do  que, em  algum momento, quiseram tomá-la de assalto — disse o presidente do Senado.

Para Pacheco, o que ocorreu no Senado não deve ser esquecido, e falar de democracia passa a ser uma obrigação de todos. Ele agradeceu aos servidores responsáveis pela recuperação da obra, de 1967, que foi encontrada no chão após os ataques.

Estrago

Ismail de Souza Carvalho Neto, chefe do laboratório de restauração do Museu do Senado, explicou a situação em que o quadro foi encontrado.

— A tela estava fora da moldura, entre estilhaços de vidro, e havia muitos deles  em toda a pintura. O quadro também, infelizmente, estava bastante molhado, encharcado, e por isso empenou.  Não é uma pintura em tela, e sim  sobre madeira eucatex, que é muito porosa e suga muita água. Apesar de todos os cuidados, o quadro desenvolveu fungos, que tiveram que ser removidos — explicou.

A recuperação foi feita por pelo conservador Nonato Nascimento. O trabalho de recuperação da peça de 92 por 112 centímetros começou logo após os ataques, ainda na Presidência da Casa. O trabalho incluiu a remoção dos fragmentos de vidro, a remoção dos esporos de fungos e a colocação da tela entre papéis mata-borrão e, depois, em uma prensa para que a empenamento fosse corrigido. Nos locais onde houve perda de cores, o restaurador fez a reintegração cromática.

Artista

Ao reinaugurar a obra, Pacheco também falou sobre  Guido Mondin, o autor da tela. Nascido em Porto Alegre (RS), em 1912, ele foi pintor, economista, empresário, professor e político — inclusive como senador, por dois mandatos (1959 a 1975). O quadro foi uma das obras doadas por ele ao Senado. Além de Trigal na Serra, compõem o acervo da Casa outras nove obras. Guido Mondim morreu em 2000, aos 88 anos.

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