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Bolsonaro critica vacina "de governador com outro país"

"Talvez em dezembro, janeiro, exista a possibilidade da vacina"

07/08/2020 às 06h11 Atualizada em 07/08/2020 às 06h15
Por: admin Fonte: Reuters
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Bolsonaro na solenidade de assinatura da Medida Provisória da vacina contra o coronavírus Foto: Carolina Antunes/PR
Bolsonaro na solenidade de assinatura da Medida Provisória da vacina contra o coronavírus Foto: Carolina Antunes/PR

O presidente Jair Bolsonaro fez uma crítica velada nesta quinta-feira ao acordo firmado pelo governo de São Paulo com a empresa chinesa Sinovac Biotech para desenvolvimento de uma possível vacina contra a covid-19, afirmando que o acordo assinado por um governador "com outro país" não envolveria transferência de tecnologia.

Em cerimônia de assinatura de medida provisória que abre crédito de R$ 1,9 bilhão para assegurar a compra de 100 milhões de doses e posterior produção local da possível vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford, o presidente afirmou que a parceria firmada pelo Ministério da Saúde é diferente "daquela outra".

"Talvez em dezembro, janeiro, exista a possibilidade da vacina, e daí esse problema estará vencido poucas semanas depois. E o que é mais importante nessa vacina, diferente daquela outra que um governador resolveu acertar com outro país, vem a tecnologia pra nós", disse o presidente em discurso na cerimônia, que foi transmitida ao vivo pela TV Brasil.

O acordo firmado pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, com a Sinovac prevê, no entanto, transferência de tecnologia para a produção de vacina localmente, assim como o acordo firmado pelo Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a AstraZeneca.

Em ambos os casos, as autoridades anunciaram que pretendem iniciar a produção local no primeiro semestre de 2021. No entanto, especialistas ouvidos pela Reuters colocaram em dúvida esse prazo. 

Bolsonaro já havia ironizado no fim do mês passado a vacina "daquele outro país", sem dizer diretamente a qual nação se referia. "Fala-se muito da vacina da covid-19. Nós entramos naquele consórcio lá de Oxford. Pelo que tudo indica, vai dar certo e 100 milhões de unidades chegarão para nós. Não é daquele outro país não, tá ok, pessoal? É da Oxford aí", disse.

Em resposta à declaração de julho, o governador paulista, João Doria (PSDB), disse que não iria politizar a busca por uma vacina. Rival do presidente, Doria é visto como possível adversário de Bolsonaro na eleição presidencial de 2022.

O memorando de entendimento firmado pelo governo brasileiro com a AstraZeneca prevê a compra de 30 milhões de doses da vacina, com entrega em dezembro deste ano e janeiro do ano que vem, e a possibilidade de aquisição de mais 70 milhões se a vacina tiver eficácia e segurança comprovadas.

Além disso, o acordo prevê a transferência de uma tecnologia desenvolvida pela Universidade de Oxford para produção local na Fiocruz.

Do total de R$ 1,9 bilhão do orçamento previsto pela medida provisória, R$ 522,1 milhões serão repassados para Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos, com o objetivo de ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas e tecnologia disponível para a proteção da população.

Enquanto isso, R$ 1,3 bilhão será usado para despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica. Os valores também contemplam o processo de finalização da vacina.

Apesar de ter optado pela vacina de Oxford/AstraZeneca como principal aposta, o Ministério da Saúde já reconheceu que está acompanhando os diversos estudos para desenvolvimento de uma vacina pelo mundo e terá interesse em adquirir a primeira que ficar disponível para a população com segurança e eficácia comprovadas, independentemente do acordo já firmado.

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