O médico Marcus Sabry alertou que situação relativamente estável da epidemia de Covid-19 no Piauí pode ser posta em risco caso a vigilância epidemiológica não seja mais incisiva nas divisas com os estados vizinhos, que já registram falta de vagas em leitos públicos de UTI.
A maioria dos leitos de UTI disponíveis para casos de Covid-19 ainda está desocupada. Em entrevista ao Jornal do Piauí nesta segunda-feira (27), o médico avaliou que o Piauí vive uma situação “relativamente confortável” se comparado aos demais estados vizinhos.
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“Esses estados têm uma incidência de casos novos que é 12-13-14 vezes maior e uma incidência de óbitos novos até 20 vezes maior do que nós (Piauí). Nós aqui estamos razoavelmente bem, agora se as nossas fronteiras, com esses quatro estados, estiverem, de certa forma, vulneráveis, nós podemos retroalimentar a epidemia aqui dentro e podemos perder essa condição de uma relativa estabilidade”, alertou.
Sabry lembrou que o Piauí é um centro médico, sendo Teresina a capital brasileira que mais atende a população de outros municípios no quesito saúde, chegando a ter 300 cidades que dependem do serviço, como apontou estudo do IBGE.
Outro fator que chama a atenção para o trânsito de pessoas nas fronteiras é o desemprego nas grandes cidades do Sudeste do país que fez com que centenas de piauienses retornassem para suas cidades natal.
Além da abordagem pela vigilância epidemiológica nas fronteiras, Marcus Sabry defende que as pessoas que vêm de áreas com infecção não podem circular livremente. Para isso, elas devem ser identificadas, orientadas para cumprir a quarentena de 14 dias e contatadas por telefone diariamente para monitoramento.
Em caso de sintomas, os monitorados devem ser testados. “O diagnóstico precoce beneficia esses pacientes”, ressalta. “Uma vigilância epidemiológica que deve ser mais incisiva possível para permitir que todas as pessoas que entram no estado do Piauí, independente de onde vierem, sejam monitoradas via mensagem ou por celular”, sugere.
O prefeito de Teresina, Firmino Filho, anunciou nesta segunda-feira (27) que as pontes que ligam a capital do estado ao municipio de Timon terão barreiras sanitárias com medição de temperatura.
Sabryo informa ainda que casos graves vindos de outros estados, por questão de regulação do SUS, têm o direito de serem assistidos na rede hospitalar do Piauí e que por conta disso o cuidado com a infecção no estado deve se preocupar para além das fronteiras.