A jornalista Miriam Leitão publica artigo neste domingo, em que rejeita a tese criada pela direita tradicional brasileira, que se apresenta como "centro", de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro seriam dos "dois extremos" da política brasileira. "Na disputa entre Lula e Bolsonaro não há dois extremistas. Há um: Bolsonaro. O centro deve procurar seu espaço, seu programa, seu candidato, ou seus candidatos, porque o país precisa de alternativa e renovação. Mas não se deve equiparar o que jamais teve medida de comparação. O ex-presidente Lula governou o Brasil por oito anos e influenciou o governo por outros cinco. Não faz sentido apresentá-lo como se fosse a imagem, na outra ponta, de uma pessoa como o presidente Jair Bolsonaro", escreve a jornalista.
"O PT jogou o jogo democrático, Bolsonaro faz a apologia da ditadura", lembra Miriam. "Em dois anos e quatro meses, Bolsonaro superou as piores expectativas. Na pandemia, ele mostrou seu lado mais perverso. A lista é longa. Deboche diante do sofrimento alheio, disseminação do vírus, criação de conflitos, autoritarismo. O país chegou ao número inaceitável de 400 mil mortos com um presidente negacionista ameaçando usar as Forças Armadas contra a democracia."
A colunista também lembra que Lula, mantido como preso político por 580 dias a partir de uma reportagem do Globo, é um inocente. "As decisões recentes do Supremo Tribunal Federal tiraram as penas que recaíram sobre Lula e ele tem dito que foi inocentado. Tecnicamente sim, porque não é mais um condenado pela Justiça", afirma.