O mundo está envelhecendo, segundo a OMS em 2050 o número de pessoas com mais de 60 anos chegará a 2 bilhões. Especialistas dizem que é preciso pensar na questão da longevidade e quebrar as barreiras do preconceito para que os brasileiros tenham qualidade de vida no processo de envelhecimento.
Carla Santana, presidente da Sociedade Brasileira de Gerontecnologia (SBGTEC) explica que a longevidade não está relacionada apenas ao envelhecimento, há outras questões como bem-estar, participação, saúde, trabalho, lazer, conhecimento e outros aspectos no entorno da pessoa idosa.
“Temos que pensar no sujeito mais velho, não só pensando naquele que precisa de cuidados, naquele que tem suas habilidades que estão em declínio, mas uma pessoa na sua fruição de vida e em tudo que ela pensa como dimensão, como enriquecimento pessoal, como pessoa que trabalha, viaja, produz arte, não só aquela que consome, por exemplo cultura, mas que também produz cultura. A ideia de longevidade é pensar dimensões muito amplas centradas nesse sujeito que está em processo de envelhecimento. ”
O etarismo, preconceito contra pessoas idosas, resulta no afastamento do convívio social e causa depressão nas pessoas de mais idade. Carla ressalta que se não houver uma mudança na cultura de valorização, respeito e diversidade, a população brasileira terá muita dificuldade.
“A população brasileira tem dificuldade de lidar com aquilo que é diferente e que rompe com a ideia do que é o perfeito, por isso é tão fácil ligar a questão da pessoa idosa com a doença, isso já faz parte de todo esse preconceito e isso atinge cada parte da nossa vida cotidiana. ”
Mórris Litvak, CEO e fundador da Maturi, plataforma que nasceu em 2015 para recolocar no mercado de trabalho pessoas com mais de 50 anos, destaca que no mundo corporativo também há o desafio de inclusão dos mais maduros. O projeto nasceu com o objetivo de sensibilizar o mercado e as empresas para que entendam tudo que essas pessoas podem contribuir, além de olhar também para a capacitação.
“Existem estudos feitos no Brasil mostrando que equipes multigeracionais são mais criativas e inovadoras, isso de fato gera negócios e inovação para empresa. Temos que quebrar esses paradigmas, principalmente com liderança, gestores e profissionais de recursos humanos para que eles entendam que é um preconceito que não faz sentido, porque quando a gente pensa nessas características de ser desatualizado, lento, e etc., isso não tem a ver com idade, tem a ver com perfil de cada indivíduo. ”
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