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Estúdio News discute o futuro de Brumadinho após acordo da Vale

A tragédia é um dano ambiental que, segundo ambientalistas, nunca poderá ser mensurado

23/09/2021 às 09h25
Por: admin Fonte: R7
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O Estúdio News deste sábado (25) fala sobre como está Brumadinho após o acordo da Vale. Os convidados são a superintendente executiva da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, Maria Dalce Ricas, e o deputado Agostinho Patrus, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

“Acho que, considerando a capacidade de resiliência da natureza, a capacidade de volta ajudada por ações humanas nós podemos, é até ruim falar isso, que, por mais que se faça, será uma tragédia ad eternum, mas podemos inclusive avançar em termos ambientais, considerando a obrigação da Vale na região, até avançar mais em termos de melhor utilizar os recursos naturais, melhor proteger os ativos ambientais que essa região tem. Então, é dura a tragédia, é lamentável, é triste, mas a gente não pode perder a oportunidade de pelo menos tirar benefícios socioambientais do que aconteceu”, diz a superintendente executiva da Associação Mineira de Defesa do Ambiente.

Porém, Dalce afirma que o dano ambiental nunca poderá ser mensurado.

“Segundo o Ibama, foram soterrados pela lama 270 hectares de Mata Atlântica, nesses 270 hectares milhares de animais foram mortos, nunca saberemos quantos animais foram mortos e dificilmente conseguiremos mensurar o dano causado às populações, ou seja, não dá para mensurar os danos mesmo com essa área sendo recuperada pela Vale para teoricamente voltar ao estágio antes da ruptura da barragem”.

O deputado Agostinho Patrus, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, ressalta a importância de se elucidar o crime ambiental e penalizar os responsáveis pela tragédia.

“Lógico que é um dano que está sendo reparado financeiramente e que pode até gerar algum fruto, mas nós temos que lembrar sempre que é um dano advindo de um crime que soterrou as pessoas, que causou uma tragédia no nosso estado e que ainda merece ser elucidado, que a Justiça ainda tem que penalizar as pessoas, penalizar aqueles responsáveis para que isso não tivesse acontecido. Os R$ 37 bilhões são um número muito expressivo para todos nós, mas nós torcíamos era que a empresa tivesse gastado esses valores para que não tivesse acontecido”, explica.

Patrus afirma que a Assembleia vai buscar a participação popular para que haja não só a fiscalização das obras como a sugestão de novas ideias, visto que o acordo foi concluído sem que houvesse a participação da sociedade.

“É um dinheiro muito expressivo, são R$ 26 bilhões que a Vale vai utilizar e é fundamental a participação da sociedade civil organizada para que ele tenha não só um caráter também fiscalizatório, mas também contributivo com ideias, com novas ações, com as sugestões que possam melhorar, como disse a Maria Dalce, a efetividade dos resultados do acordo”, finaliza.

O Estúdio News vai ao ar aos sábados, às 22h15. A Record News é sintonizada pelos canais de TV fechada 55 Vivo TV, 78 Net, 32 Oi TV, 14 Claro, 19 Sky e 134 GVT, além do canal 42.1 em São Paulo e demais canais da TV aberta em todo o Brasil.

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