O deputado federal Márcio Marinho (Republicanos-BA) cobrou ação do governo federal em relação ao grupo de missionários brasileiros deportados de Angola, durante discuro na tribuna da Câmara Federal, nesta quinta-feira (13).
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"Chamo a atenção do governo brasileiro, que venha nos dar uma resposta rápida, pois sabemos que o Brasil é signatário de vários tratados, acordos e convenções internacionais, onde a liberdade de expressão e religiosa é respeitada constitucionalmente. Mas não é o que vem ocorrendo em Angola, por essa razão, chamo a atenção do ministro de Relações Exteriores, Carlos França, para que providencias sejam tomadas e exigida a reciprocidade entre os países", afirmou o deputado.
Ele citou a atenção dada pelo presidente Jair Bolsonaro ao caso do motorista Robson Nascimento de Oliveira, que ficou mais de dois anos preso na Rússia, após ingressar no país com um medicamento proibido. "Buscamos a mesma atenção nesse caso", enfatizou Marinho.
"Ressalto ainda, de forma objetiva a atenção do embaixador do Brasil em Angola, Rafael de Mello Vidal, para a nota emitida pela embaixada divulgada nos órgãos de comunicação em Luanda, que não condiz com a verdade. Os Missionários Brasileiros foram sim, maltratados, ficaram sem alimento, e sem acesso à família só com a roupa do corpo sem qualquer apoio", apontou o deputado.
Ele afirmou ainda que espera que o presidente da Comissão de Relações Exteriores, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), e o presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), exijam do governo brasileiro uma resposta.
Marinho também comunicou sua renúncia da presidência do grupo de amizade Brasil e Angola por não haver reciprocidade. "A partir de agora, esse grupo contará com a oposição e obstrução do nosso partido Republicanos Brasileiro no Congresso Nacional", concluiu.
Deportados
Um grupo de nove missionários da Universal do Reino de Deus foi deportado de Angola e chegarou a São Paulo na noite desta quarta-feira (12). Alguns deles trabalhavam no país africano havia mais de 20 anos em projetos sociais e foram expulsos em meio a uma perseguição religiosa e política que acontece há cerca de um ano.
Os religiosos deportados foram obrigados a embarcar em um avião supostamente alugado pelo governo da nação africana à força, deixando para trás esposas e filhos.
Segundo nota pública da Universal do Reino de Deus, nem a igreja nem seus bispos e pastores praticaram crimes em Angola e sofrem perseguição, omissão e arbitrariedades, desde 2019, o que permitiu com que criminosos, com o uso da violência, invadissem templos da Universal em várias cidades do país estrangeiro.